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Orwell e o poder aos porcos

Você já leu o livro “A Revolução dos Bichos”?


Incrivelmente esta pergunta fazia a mim mesmo, e isso por muito tempo. Então tive que tomar coragem e encontrar um tempo para ler esta obra de George Orwell.


Nos últimos anos houveram muitos comentários sobre este livro, assim como o livro “O Processo” de Kafka. Os comentários giram em torno da semelhança entre o enredo desenrolado e a realidade social e política em que vivemos atualmente.


Mas sobre o livro, não posso comentar nada de realmente novo além daquilo que já se tem falado nos meios de comunicação, a saber: Trata-se de uma alegoria sobre o movimento revolucionário e suas autoritárias artimanhas para elevar-se em poder acima da massa, através da propaganda enganadora disseminada repetidamente e de maneira exaustiva, obtendo a adesão psicológica da massa que naturalmente acaba não encontrando motivos para duvidar, visto a natural tendência da mesma em não investigar a veracidade, reconhecendo ser mais fácil acreditar num “porta voz” do que nos fatos reais que os sentidos podem obter.


Uma fazenda sendo tomada à força pelos animais da própria fazenda parece um enredo de trama infantil, mas eleva-se em nível de conhecimento quando reconhecemos nos personagens traços de semelhança com o que de mais brutal o ser humano é capaz de fazer em busca de poder e soberania sobre os demais seres humanos.


Não é à toa que a “casta” que toma o poder na fazenda é formada pelos porcos, animais que notoriamente vivem da e na sujeira, e que possuem aparência nada agradável em comparação a outros animais. No romance eles surgem como os animais mais inteligentes da fazenda e por isso deveriam gerir as coisas por lá. Na realidade os “porcos” são os mais astutos e de uma imoralidade sagaz, capaz de trabalhar arduamente para aprimorar a própria capacidade imoral e autoritária sobre seus “escravos” camaradas.


O livro A Revolução dos Bichos pode com grande facilidade representar de maneira simplificada a trajetória da ideologia comunista e sua nefasta perseguição à liberdade do ser humano e sua sanha gananciosa por poder. Um poder sem objetivo certo a não o de ser controlador eterno da vida humana, da própria natureza existente, algo que para um bom observador, já é visível nos dias atuais.


A evidente manipulação da informação em vista da “honra” revolucionária é um dado impossível de não ser destacado. Em tempos em que se fala tanto de “fake news”, de negacionismo e etc, Orwell nos apresenta a tática mais antiga e conhecida dos autoritários que ainda é muito eficaz, a mentira e a desinformação. Pois a massa humana ainda sabe-se inculta o suficiente para acreditar no portador da notícia e não na realidade diante de seus olhos. Por isso, este livro de Orwell voltou a ser tão procurado e lido nos últimos tempos, para que tenhamos certeza de que não vivemos tempos de humanidade desenvolvida intelectualmente, mas de uma infeliz massa emburrecida intencionalmente, com fins de eterno poder aos porcos.


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