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A negação da própria potencialidade

Você não precisa ser bom em tudo, e esta afirmação parece ser aceita por todos, pelo menos por aqueles dotados de algum senso racional. Eu mesmo não poderia jamais contestar esta afirmação, haja visto toda a minha experiência em tentar ser melhor em algumas coisas, o que está longe de alcançar a completude da atividade humana, e nestas a competência necessária.

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Acredito firmemente que o ser humano possa desenvolver várias habilidades, bem como ampliar quase ao infinito sua capacidade intelectual em compreensão do mundo e das realidades além da matéria. Não duvido da capacidade potencial de nosso intelecto, auxiliados pela alma imortal que possuímos, em alcançar realidades ainda simplesmente imagináveis para o ser humano. Mas mesmo aceitando tudo isso, não posso aceitar a realidade medíocre do ser humano em alçar acima das realidades essenciais e das realidades além da matéria visível a simples técnica publicitária e mercantil, potencializadas artificialmente pelo sistema capitalista autoritário em que vivemos.


Antes de continuar, reafirmo o que já disse muitas vezes e de formas diferentes, que qualquer outro tipo de organização econômica na sociedade humana possui muito mais deméritos do que o chamado “capitalismo” em sua conceituação geral.


Infelizmente, por conta da insistente mediocridade humana em transformar o sistema econômico em que vive em uma autoridade moral e “espiritual”, encontramos uma sociedade doente pelas próprias inovações que a inteligência humana conseguiu desenvolver. É assim especialmente com a internet e mais especificamente com as redes sociais, onde se criou - por não existir um vazio interior, uma falta de guia moral e espiritual com solidez - um estilo de vida artificial e passageiro, na duração de “stories”. As multidões se guiam por isso, e podemos chamar hoje os vídeos curtos de personagens quase anônimos de “guias morais” de uma humanidade totalmente sem fundamento. "Exagero", deve pensar você. Mas é preciso sair do raso, de pequena compreensão que pensamos ter do mundo, da realidade e das coisas para podermos enxergar mais além, mais profundamente o que somos, onde estamos e o que nos colocou aqui, para quem sabe compreendermos um pouco mais para onde iremos. Ir quando? Quando nosso corpo não mais se mexer movido pelos impulsos de nosso cérebro comandado pela nossa consciência, vitalizada pela nossa alma imortal.


Comecei dizendo que não precisamos saber de tudo, ou ser bom em tudo. E de fato não precisamos. Especialmente não precisamos gastar nosso tempo em habilidades meramente humanas, de técnicas artificiais que não nos acrescentam em nada para a vida eterna. Vivemos e trabalhamos porque necessitamos viver o tempo em que nascemos, mas para nós hoje, assim como para o homem medieval, ou a mulher dos povos persas, ou mesopotâmicos, o tempo presente não oferece tudo o que precisamos aprender para a imortalidade. Por isso, gastar nosso tempo com a futilidade momentânea, a epidérmica técnica capitalista e mercantil humana não me parece digna de empenho e nem de aceitação. Como disse, se sabemos que devemos olhar para frente, por que nos prendermos em coisas que ficarão presas ao tempo enquanto alçamos voo na eternidade?


Temos a potencialidade intelectual capaz de alcançar o eterno, mas nunca a desenvolveremos para tal enquanto estivermos presos e escravizados ao mundo que criamos, com as coisas que criamos e que nos fazem dependentes de mais esforço nas próprias atividades que inventamos. No final, acabamos sendo trapaceados e boicotados por nós mesmos, auxiliados por nossa fragilidade.

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Valderi da Silva

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