top of page

Diante da sociedade caótica

Atualizado: 25 de mar.

Presenciamos inúmeras injustiças e maldades durante nossas vidas, e muitas vezes nos perguntamos com grande sentimento de indignação “porque se permite isso?”, “ninguém está vendo o absurdo nisso tudo?”. Claro que são perguntas motivadas pela nossa percepção, fruto do entendimento prévio que vamos formando acerca de determinada situação ou pessoa. Não podemos esquecer que, assim como a morte, a falibilidade do ser humano é certa, nossa condição precária e frágil acaba nos conduzindo a caminhos tortuosos e presenciando muitos tomando decisões e executando ações sem conexão com a verdade da realidade que sempre observamos, fazendo evidenciar-se a injustiça nua e crua contra a própria realidade da vida.


Durante duas décadas tenho visto aflorar em mim os mais “justos” sentimentos de indignação diante de injustiças perpetradas pelas mais variadas pessoas, em vários âmbitos da sociedade. Mas creio que nenhum deles me deixa mais envergonhado do próprio ser humano do que as injustiças que assistimos no âmbito político, especialmente na política brasileira. São tantos casos e situações maiores ou menores que não consigo dimensionar o dano que tiveram em minha formação, excetuando o fato de uma tomada de decisão firme em nunca meter-me em atividade político-partidária, o que de fato nunca desejei e nem desejarei, mesmo permitindo-me comentar e refletir sobre a vida política em nosso país, o que já me rende muito trabalho e algumas vezes mau estar diante do que presencio nesta república.


Atualmente fere-me o fato de uma atividade viciada e totalmente fora dos preceitos democráticos, da esfera jurídica e de seu exercício nos tribunais, especialmente no que deveria ser o mais alto grau de recurso neste país, o Supremo Tribunal Federal. Seus juízes, os ministros do STF, alinharam-se em torno de uma visão de totalitarismo e “paternalismo” jurídico que faz deste tribunal uma verdadeira fonte de arbitrariedades em vista do próprio direito natural e positivo instituído. Suas decisões tentam remodelar as concepções filosóficas e até teológicas acerca de várias questões, mas sempre oportunamente em vista do alinhamento que firmaram entre si (notoriamente!). Hoje vê-se neste tribunal, uma mãe de duas crianças, temente a Deus, mesmo que conduzida em certa medida por suas convicções políticas, sendo julgada por pichar com um batom a estátua de deusa pagã, que ironicamente, é “cultuada” por este tribunal como símbolo da justiça que ali se faz. E pasmo-me ao saber que não será apenas condenada por isso, mas que pode ser presa por mais tempo que um traficante de drogas ou mesmo um assassino. Nisto se transformou o tribunal que deveria existir apenas para recursos extremos e como última alçada em casos tramitados em outros tribunais, transformou-se em uma instituição totalitária que brinca de condutores dos destinos, ou como já disseram “editores” da história da humanidade.


Então, diante de fatos como este, como não envergonhar-se da humanidade e imaginar que erros atrozes como os acontecidos no período nazista alemão ou mesmo no sombrio e nefasto período soviético, de tão absurdos, considerando a falibilidade humana, não seriam possíveis de acontecerem novamente? 


O Brasil já foi um país que possuía grande esperança de desenvolvimento humano e social, e hoje percebo somente um caminho nebuloso de busca pela mediana sobrevivência, algo que socialmente nem se enquadra nos famosos níveis sociais, mas talvez se enquadraria melhor nas chamadas castas sociais, onde por uma espécie de “karma político social” não se teria outra coisa a fazer senão a resiliência na lamentável situação em que se encontra. Uma sociedade de “castas” fabricada por este totalitarismo político-judiciário, logo poder-se-ia lançar mão do Estado policialesco, onde definitivamente seríamos presos em nossa própria sociedade.


Diante de quadro tão real e assustador, o que fazer? Para onde ir? O que devemos pensar? Para a maioria das pessoas desta sociedade brasileira as respostas para estas perguntas não são executáveis, o que só não nos leva ao total desespero porque se sabe que no final de tudo, todos se confrontaram com a única realidade que não pode ser manipulada, e não pode ser reescrita e nem reinterpretada, pois a única realidade é Aquele que criou e fundamenta todo o existente.


コメント


Valderi da Silva

suporte@valderi.com.br

  • White Facebook Icon
  • White Twitter Icon
  • White Instagram Icon
  • Instagram
image.png
image.png

Endereço para correspondência, solicitar pelo Contato ou Chat.

Valderi da Silva | Rua São Cristóvão 423 - Alvorada - Parobé - RS, Brasil | CPF 004.710.480-54

bottom of page