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Não ancorem o espírito

A existência humana parece muitas vezes fadada ao desaparecimento, especialmente quando o indivíduo se defronta com sua própria limitação, como a certeza da morte, por exemplo.


Em agosto de 2021, publiquei um curso sobre a temática fé e razão, na obra de Fides et Ratio, do Papa João Paulo II. Uma abordagem pessoal sobre o tema já muito conhecido e debatido, mas que neste curso tentava apresentar o desejo e capacidade do ser humano de voar mais alto, uma analogia para falar de sua força e capacidade para romper as limitações que ordinariamente enfrenta, e nisto coloco a própria realidade da morte.

Observar e refletir sobre as limitações aparentes, físicas, mentais e intelectuais, podem nos levar a conclusões semelhantes às que chegam a João Paulo II na Carta Encíclica, como muitos outros intelectuais de tempos passados e de nosso tempo também. É certo que, no confronto do erro e da dúvida é que se encontram as soluções e as certezas que necessitamos, por isso parece-me absurda a ideia de que o ser humano precisa somente batalhar para alcançar determinado grau acadêmico ou distinção cultural. Na verdade, a evolução intelectual e também espiritual do ser humano acontece como num crescente, nada pode ser confundido como o último degrau, ou “objetivo cumprido”, ao menos para a existência humana, o que compromete sua realização e felicidade.


Uma especialização, um trabalho bem remunerado, bens razoavelmente estáveis, podem na maioria das vezes, ancorar o espírito humano, impedindo-o de voos mais altos, ou seja, impedindo-o de ultrapassar mais limites que o incapacitam e de chegar a lugares que ele mesmo nem imagina.

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