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A verdade estava sendo procurada?

Onde começou toda esta situação pós-moderna que hoje observamos? Como não houve forte mobilização contra toda esta iniquidade racional que hoje presenciamos a “olhos nus”? Será que a humanidade buscou algum dia a verdade como fundamento de sua existência?


A vida humana é carente de força estável, daquele vigor que permanece imóvel diante de todas as intempéries. A vida humana pode assemelhar-se mais a uma biruta que sacoleja com o vento do que com uma estaca firmemente cravada no solo pedregoso a fim de esticar-se uma cerca a partir dela. Mas como respondemos a estas perguntas? Afinal, sentimos necessidade de respostas.


Eis aqui o um fenômeno que observamos. O ser humano nesta pós-modernidade sempre foi educado a entender-se como ser racional à procura de respostas, mas na maioria das vezes, respostas que alguém lhe entregue, num movimento simplesmente receptivo, simplesmente passivo. E é fácil de observarmos na sociedade que hoje esperneia-se diante de nós, pois todos reagem a respostas de alguém, todos modelam-se diante de “respostas” terceirizadas, vindas de uma ou duas mentes que provavelmente não revelam suas próprias dúvidas interiores sem respostas. Isto leva-me a clara visão de uma sociedade que não busca “a respostas em si”, mas busca um conjunto de confortos mentais que aliviam a infeliz necessidade de raciocinar, o que parece um tanto forte de dizer-se, mas observando bem podemos constatar isso nos jovens, nos adultos em suas rotinas de trabalho-casa-lazer, e também nos idosos. Enfim, um fenômeno que desgraçadamente atingiu a todos nesta era sombria para a intelectualidade humana, que perde um precioso tempo de evoluir por conta das fantasias sociais que carecem de fundamentos válidos e profundos.


Profundidade é algo indesejado nesta era, pois foi a primeira coisa a ser desconceituada paulatinamente depois do declínio da Idade Média. E como perseguir a verdade na existência humana sem profundidade? A “rasabilidade” dos pensamentos e das ideias logo surgiram como ervas daninhas após os estrondosos movimentos sociais que fundamentaram-se em conceitos imediatistas e sensoriais, tendo a filosofia alemã como principal aliado, um avanço contra a metafísica e a ontologia que perseguiam e alimentavam esta busca nos espíritos humanos, da verdade existencial, indicando o caminho da transcendência que só pode passar pela verdade percebida.


A tremenda tragédia que hoje vivemos é fruto deste afoitamento da mente humana em direção aos pensamentos “rasobilitas” da realidade que mais encobriram do ajudaram a revelar a verdade do ser humano moderno, encobrindo em seus delírios sensoriais e epidérmicos, sem espaço ou possibilidade para uma evolução intelectual para além do sensível, considerando tanto a sensorialidade interna como externa do ser humano. O que alguns poderiam afirmar ser um legítimo “cala-te” ao intelecto. Isto, mesmo que encontremos aqui e ali alguns poucos exemplares humanos que resistem a estes tempos, pois a realidade da humanidade num conjunto, só consegue movimentações quando a maior parte corresponde ou não ao que deveria corresponder.


Se a humanidade buscou algum dia a verdade na existência, foi a muito tempo atrás, antes de nos encontrarmos na era moderna. O que de lá para cá, o ser humano presencia de modo passivo é o esforço hercúleo por ludibriar o espírito racional a fim de não haver chance por recuperar o caminho para uma evolução intelectual capaz de fazer a humanidade abandonar os artifícios ilusórios que nossa era fixada diante de nós.


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