Algo inexplicável aconteceu para o mundo negligenciar uma mente tão brilhante durante anos no universo literário. Depois de assistir o filme biografia de J. R. R. Tolkien (Tolkien. Diretor: Dome Karukoski, 23 de maio 2019), que traz o período que antecedeu a publicação da sua primeira obra reveladora do universo que desde a adolescência criara, um período que revela as desventuras deste escritor, com as doses de sofrimento que o mesmo passou.
Tendo perdido o pai muito cedo e alguns anos depois tendo perdido a mãe, foi viver num orfanato sustentado de maneira privada. Acredito que não precisa-se falar muito de quanto pode ser difícil a orfandade, especialmente para alguém que já alimentava um espírito desejoso de alçar voos altos com o que desenvolvia intelectualmente. Algo que começou a ver acontecer na universidade de Oxford, especialmente ao encontrar seus amigos que lhe acompanhariam por muito tempo, mais especificamente até a 1ª Guerra Mundial, onde participou como Tenente, assim como os três amigos que também participaram das batalhas. Infelizmente aconteceu de perder dois deles, mortos em batalha, e o terceiro que ficou ferido e com sequelas, que de alguma maneira infeliz não permitiu que se aproximasse como antes.
As ideias de Tolkien para seu primeiro livro desenvolveram-se principalmente através das experiências felizes e infelizes, e podemos perceber isso ao conhecer sua biografia e logo após conhecendo suas obras.
Ideias como companheirismo, humildade, coragem e lealdade são fundamentais para Tolkien porque também revelam a verdadeira face do amor, algo que viveu pura e intensamente com a mulher com quem casou e teve filhos mais tarde.
Com certeza, o cristianismo fortaleceu seu imaginário dando-lhe fundamento para os diversos personagens e culturais locais em suas obras. A marcante coerência interna deste universo que criou, é mesmo um mar inesgotável de oportunidades, aventuras e ensinamentos revelados pelos valores e princípios que os mesmos personagens são capazes de transmitir.
Apesar da negligência de que falei, uma coisa é fato e revela-se assim com o tempo: O que realmente têm valor, o que realmente é valioso, nunca fica escondido para sempre.
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