A censura parece não parar de crescer nestas modernas sociedades em nosso tempo, o que não deve surpreender o leitor atento, que sabe observar que a imoral e criminosa censura é como um Kraken que vê somente aumentarem o tamanho de seus tentáculos, conscientizando-se um conceito de si mesmo que o equipara a um “deus onisciente e onipotente”.
O degrau galgado nos últimos dias, nesta epopeia do homem pós moderno e, poderia dizer também, pós revolução judiciária, é a mais que polêmica censura que a editora responsável pelas edições dos livros do escritor inglês Roald Dahl (1916-1990) defende exercer a partir de agora, retirando trechos e modificando trechos do ORIGINAL deste escritor a fim de atender a sensibilidade etérea de alguns grupos minoritários que podem sentir-se feridos pela linguagem utilizada. Seria uma tentativa de lutar contra a gordofobia, lgbtfobia, racismo, e etc., todos as “fobias” que se pode enumerar.
Um caso parecido e estarrecedor acompanhamos no Brasil em 2020, quando o autor Monteiro Lobato foi alvo de tentativa de censura em suas obras. O autor de O Sítio do Pica Pau Amarelo foi colocado como racista, sexista e gordofóbico através dos personagens de sua obra.
Quando presenciamos esses fatos, entendemos que a humanidade já está no fundo do poço moral, cultural e intelectual. Parece não haver mais esperança a não ser avançarmos até o momento em que nos mataremos todos com “paus e pedras”, com já havia profetizado certo cientista.
Como se ousa “retocar” uma obra original de um autor já falecido? Como se ousa reescrever um clássico? A ninguém a dado este direito, do contrário precisamos urgentemente revogar as diretrizes sobre plágios e falsificações literárias. Agora os escritores, servos da honorífica arte de escrever, já não dispõe de proteção contra ataques àquilo que seria suas únicas riquezas, suas obras escritas. E porque não acreditar que o próximo passo, além de reescrever as obras de escritores e publicá-los fingindo que não são falsificações, não seria a queimada pública das edições que o “santo tribunal moderno” decidir incinerar para o bem das minorias, mesmo que menosprezem a maioria?
Que vivemos tempos sombrios e beirando ao infernal, não restam dúvidas. O inferno de Dante Alighieri parece emergir como larva de um vulcão verniano desde o centro da Terra falsificada por grupos medíocres que alcançaram certo poder político e com isso, juntando sua completa ignorância sobre a arte, lutam por destruir a riqueza que as nações conservaram ao longo dos séculos.
Na literatura você pode não gostar de determinado escritor, achar medíocre este ou aquele, mas isto nunca será argumento suficiente para ousar reescrever o que este autor já firmou em sua obra. Isto é crime, pois beira a falsificação da pior espécie.
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