A tradição católica nunca deveria ser substituída em nossas vidas por qualquer comportamento estranho ao que esta mesma tradição sempre orientou, sempre edificou nas almas de todos os batizados.
Estamos começando mais uma vez um dos períodos anuais da vida litúrgica do cristão, que traz a marca profunda da tradição dos católicos diante do mistério divino entranhado no sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em tempos estranhos, de verdadeira ameaça ao catolicismo, de verdadeira perseguição a tudo o que de tradicional os católicos conservam, necessitamos lograr neste período de Quaresma, as graças de Deus a fim de que não venhamos a definhar diante dos inimigos sequiosos de vingança contra o Filho de Deus, e seus alvos para atingi-Lo são precisamente os filhos de Deus, renascidos nas águas do batismo.
Toda a liturgia da Quaresma, a começar pela Quarta-feira de Cinzas, nos pode alimentar os mais desejosos sentimentos de contrição, arrependimento de nossos pecados e ainda mais, de oferecimento a Deus por todas as espécies de perseguição que seu Filho sofre no mundo de hoje, através do ataque covarde aos seus seguidores. As blasfêmias, as profanações, as heresias nunca foram tão desnudas e em tão grande número. Incontáveis são aqueles mártires desconhecidos que regam o solo com seu sangue nos mais diferentes e escondidos lugares da Terra.
Todo este movimento anticatólico e anticristão, podemos dividir em duas malignas vertentes: Os que atacam e perseguem com a violência de um carrasco; e os que atacam e perseguem através das artimanhas burocráticas, econômicas e científicas. Um ataca e persegue com a espada e o outro faz o mesmo com a caneta. São ambas vertentes presentes no mundo de hoje e que conjuntamente agem sob o mesmo mal, sob o mesmo príncipe das trevas que deseja vingar-se do Filho de Deus, que o derrotou na cruz.
Infelizmente, mesmo com toda a caridade que possamos exercer, especialmente a vertente dos perseguidores de Cristo, que utilizam da caneta para seus fins, encontram-se já presentes no seio da Santa Mãe Igreja, e quanto a isto parece muitas vezes que não temos forças para lutar. Mas acontece que mesmo nesta infelicidade o cristão católico sempre verá surgir alguns poucos que testemunhem a grandeza da fé e da tradição e os animem a não abandonar a “barca de Pedro”, mesmo que a direção esteja entregue a pecadores não arrependidos e nem convertidos.
Sacrificar-se pelos pecadores, pelos sofredores e pelos perseguidos, dentro e fora da Igreja, parece ser um propósito quase imperativo a todos os cristãos verdadeiros nesta Quaresma.
Conservar a tradição cristã-católica e sacrificar-se pela salvação dos perseguidos por causa de seu catolicismo cristão. Parece justo e favorável que assim rezemos neste santo período litúrgico.
Santa Quaresma a todos.
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