Aleteia
11 de mai. de 2022
Santa Sé havia emitido nota declarando-se preocupada com a chocante detenção
Após ter sido preso aos 90 anos na manhã deste dia 11 de maio, o cardeal Joseph Zen foi solto sob fiança na China por volta das 23h da noite pelo horário local. As autoridades libertaram o cardeal, que é arcebispo emérito de Hong Kong, depois que a Santa Sé emitiu uma nota à imprensa declarando-se preocupada com a chocante detenção:
“A Santa Sé recebeu com preocupação a notícia da prisão do cardeal Zen e está acompanhando o desenvolvimento da situação com extrema atenção”.
O jornal britânico Financial Times divulgou que o prelado passou o dia preso na delegacia de polícia de Chai Wan, em Hong Kong.
Ele foi acusado de ser um dos administradores de um fundo humanitário que ajudou manifestantes pró-democracia a pagarem as custas judiciais dos processos a que foram submetidos pelo regime chinês.
O fundo em questão foi identificado como “612 Humanitarian Relief Fund” e seus responsáveis foram presos na noite desta quarta-feira, conforme relatos veiculados pelo jornal The Standard. Eles criaram o fundo em 2019 e o encerraram em 2021, após determinações da polícia de segurança nacional da China para que os administradores compartilhassem dados operacionais.
Além do cardeal Zen, de acordo com a agência Reuters, foram presos também a estrela pop Denise Ho, o acadêmico Hui Po Keung e os ex-parlamentares de oposição Margaret Ng e Cyd Ho – todos acusados de “conluio com forças estrangeiras”.
O cardeal Zen é aberto defensor do movimento pró-democracia em Hong Kong. Por isso mesmo, está na mira do regime chinês há anos. O prelado católico se manifesta contra as políticas de controle de Pequim sobre as atividades religiosas e criticou enfaticamente a polêmica Lei de Segurança Nacional, que pode ser (e é) utilizada contra a Igreja.