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Confiteor [1]

Lembro das Confissões de santo Agostinho, livro fantástico que há muitos séculos inspira e edifica o espírito de pessoas honestas que desejam algo sobrenatural para elevar-se até a Verdade plena e suprema. Do mesmo modo lembro-me de são Paulo em suas cartas, falando de sua luta contra o "espinho da carne" que o afligia e servia como combustível para sua fé em Jesus Cristo.


Nem de longe sou como estes imensos seres humanos que conseguiram dedicar-se de maneira extraordinária à Jesus Cristo e sua Palavra. Mas Penso neles por saber de minha adaga no espírito, que antes era inofensiva e agora consome a mim como um leão faminto, e que trava-me como uma rocha onde estaria preso por imensa corrente indestrutível. É um vício? É um algo indestrutível? Seria mais fácil explicar a Santíssima Trindade, mas a confissão de algo tão cruel e faminto destrói qualquer imagem que possa ter de mim mesmo, pois vergonha e remorso são consequências pequenas perto do resto que sofre por este mal.


Muitas vezes não pensamos na raiz dos problemas, não pensamos nem na origem do problema, ou seja, nem quando, onde e em que circunstâncias ele começou, pois o desespero nos força a pensar somente na solução imediata, sem uma investigação profunda e real do que nos faz sofrer tanto. E não menospreze esse sofrimento, eu ao menos não o posso menosprezar, especialmente porque entendo que, como o ofereço a Nosso Senhor, preciso entender aquilo que trouxe como resultado aquilo que estou oferecendo ao Filho de Deus que entende perfeitamente o que é sofrimento.


A vida cristã segue os caminhos de Nosso Senhor, seja na tranquila caminhada pelas vielas de algum povoado da Galileia, seja pelos corredores do sinédrio até o Gólgota. Seguimos a Cristo em tudo, e tudo em nossa vida consequentemente deve - por obrigação existencial - refletir a Cristo em tudo.

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