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Sacerdócio: Do não chamado

Neste domingo, memória de São João Maria Vianney, padroeiro oficial dos párocos e inspirador dos sacerdotes em geral, animo-me a tocar neste tema mais uma vez, especialmente para desenvolver mais um parágrafo que publiquei em 2009, no artigo "Sacerdócio, mistério".


Através de inúmeras histórias de vida de sacerdotes podemos perceber do que falo. Basta fazer esta pergunta: como surgiu tua vocação? Ou: quando percebeu o chamado para a vida sacerdotal? Teremos muitas respostas do tipo "não sei bem ao certo..., acho que foi mais ou menos..., ou, não sei dizer"! Estas respostas, salvo exceções, são comuns porque o chamado vai se tornando audível, ou perceptível ao longo de algum tempo.

Este trecho que destaquei, o escrevi na seguinte compreensão sobre o mistério: Por sua natureza não podemos desvendá-lo, senão apenas conhecê-lo, saber de sua existência e aceitá-lo como naturalmente é, um mistério. No entanto, compreendo também que existem mistérios que podem tornarem-se mais visíveis senão mais "explicáveis", acredito que o sacerdócio não seja apenas um abismo de escuridão impenetrável.


No caso do sacerdócio, este dom misterioso, revela-se uma enorme questão que vai se tornando visível na carne e nos ossos de uma pessoa, ou seja, vai se tornando visível, sem ser totalmente explicável. Neste mesmo artigo donde destaquei o trecho acima, mencionava a evolução do chamado que determinada pessoa escuta de Deus, e por isso sua resposta vai se tornando clara a medida que o chamado vai se tornando claro também. No início é apenas pura e simples confiança em Deus, para que somente com o passar do tempo haja uma resposta mais clara. Este processo pode levar ao entendimento do "não chamado", ou melhor, de que houve um chamado para outra vocação e não a sacerdotal, mas que, de antemão, não invalida os passos dados, pois solidifica aquelo que foi o início do caminho, ou seja, a confiança em Deus.


Sempre quando se tenta falar do sacerdócio, apela-se para os santos, aqueles exemplos inquestionáveis de virtudes heroicas neste nosso mundo, e por isso valemo-nos deles para ilustrar as mais variadas reflexões sobre este dom misterioso. Mas será que não se pode vislumbrar este mistério por outro ângulo? Será que as histórias de "não chamados" não teriam algo a acrescentar, ou até eluscidar nesta reflexão espiritual e teológica do sacramento da ordem?


Preciso escrever muito ainda sobre isso para chegar a clarificar o que penso sobre tão elevado mistério que Deus deixou no mundo, pois como disse noutro artigo "falar deste, de seu mistério é muito difícil para mim, chega a ser aterrorizante". (o.c.)


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