Liberdade e evolução
A liberdade é um valor inegociável para que possa haver desenvolvimento e inteligência. Quando existe qualquer tipo de censura, de repressão, de delimitação, encontramos somente a estagnação, é como se aceitássemos que tudo está perfeito como está, que não existe mais nada a melhorar, que tudo o que enxergamos deve realmente ser assim porque é disso que precisamos para o resto de nossas vidas e para a vida das futuras gerações.
Será que realmente podemos acreditar que alguém minimamente racional conseguiria aceitar esta sujeição, este aprisionamento existencial, além desta condenação das vidas que hão de vir? Parece-me impossível que o ser humano aceite tal situação por muito tempo, e é por isso que desconfio daquela ideia pessimista entre os militantes direitistas e conservadores de uma infeliz acomodação ad infinitum do ser humano quanto a escravidão que cresce sobre sobre ele. Esta sombra ideológica aparece em afirmações que no fundo pretendem impulsionar uma abrupta e muitas vezes imatura e irresponsável atitude diante de certos eventos ligados a uma repressão da liberdade individual em sua plenitude.
Falar de liberdade individual em sua plenitude nos deveria remeter a nossa própria condição de optante pela busca de perfeição ou busca de acomodação com o que sensivelmente posso sentir do mundo que me cerca. Este mesmo mundo onde sutilmente e através de várias artimanhas linguísticas, nos pode direcionar a corroborar a própria execução na guilhotina sem fio pelo uso contínuo.
Nosso tempo se gaba de uma fictícia modernidade que parece ser a película com as pessoas enxergam as mais bizarras decisões que se tomam. Desde os anos 2000 já se presenciou tanta coisa, tanta postura desumana, tanta animalidade, tanta desumanidade, tanta mundaneidade, que podemos pensar se realmente não estaríamos chegando ao fim dos tempos bíblicos. O que me faz pensar que não, é a certeza de que noutros tempos, as sociedades também experimentaram eventos de proporcionar perplexidade em seus dias. Mesmo aqui e agora, não vejo possibilidade de negar a plena liberdade de pensamento, opinião e ação, mesmo que tais ações levam a consequências não muito bonitas e de acordo com a fraternidade humana. Mas defender "parcialmente" a liberdade do indivíduo humano, jamais poderá ser aceito se quisermos realmente evoluirmos como seres humanos.