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IGREJA: atualidade não é a esperada

OS APÓSTOLOS NÃO RECONHECERIAM A IGREJA HOJE. [hann, pg. 33]


Inspirado nesta frase de Scott Hann, penso no triste impacto que teriam os apóstolos escolhidos por Cristo e que doaram a vida com seu próprio sangue ao descerem a terra e verem esta atual realidade da Igreja de Deus, estigmatizada não pelo sangue dos mártires como Pedro ou Tiago, mas pelos inumeráveis casos de usurpação de poder, enriquecimento a custo da fé do povo de Deus, desvios de conduta por interesses mundanos e materiais, casos imorais e até assassinatos, mercenarismo usando o nome de Cristo da Igreja... Enfim, teria muito o que dizer, mas o fato extremamente lamentável é que estes apóstolos deixaram uma Igreja vibrante e crescente e veriam que seus sucessores atuais e não tão atuais negligenciaram e perderam a rédeas da comunidade cristã deixando-a como o viajante espancado e assaltado a beira do caminho.

Considero legitima esta minha análise simples - até correndo o risco de ser simplória - por ser eu, um membro-filho desta Igreja que aprendi a ama-la nas palavras de Pedro e João, nos discursos de Paulo. Diante de tantas monstruosidades que pessoas indignamente ordenadas e consagradas cometeram e cometem neste mundo não posso conter lágrimas interiores e ânimo para escrever e falar sobre esta realidade que AINDA faz parte da Santa Igreja de Cristo.

Não desejo ser injusto e muito menos carrasco de prelados ou presbíteros e religiosos. Evidentemente sei que os que cometeram estes crimes contra a Casa que os acolheu são muito menos que os que dignamente exerceram e exercem sua vocação em prol de Cristo e Sua Igreja. Basta lembrar os vários mártires e santos que atuaram com vibração e doação nas trincheiras da Igreja. A Igreja estaria numa situação bem pior se não fossem estes fiéis filhos de Deus. Mas estes não são o motivo de minha tristeza e motivação deste texto.

O povo esta cansado de ter conhecimento de escândalos de pedofilia, de padres que se relacionam com mulheres e até homens. Muitas comunidades pequenas, estas de interior, lembram tristemente de sacerdotes que passaram por suas paróquias e acabaram tendo casos com mulheres as vezes resultando em filhos, também de suspeitas de enriquecimento do padre com as ofertas que o povo dava a Igreja. Como aceitar isso?

Penso que aceitar não dá, mas nosso esforço deve se concentrar em três vias: oração, denúncia, e procura de prevenção.

Como todas as empresas que o cristão se empenha em realizar, a oração deve ser o início, meio e fim.Ou seja, ela deve permear toda a ação nestes casos, principalmente porque tratamos do presente e futuro da comunidade de Deus.

O que não pode deixar de acontecer junto com a oração é nossa atitude ativa, isto é, de real denúncia ao tomarmos conhecimento de algo discordante de tal posição, lembrando que para tais denúncias é necessário ter o mínimo de provas ou testemunhas para não se correr o risco de injustiça e assim sermos nós os pecadores. Para isso é preciso também vencer um pouco aquela cultura de que o padre ou bispo são intocáveis mesmo cometendo explícito pecado contra Deus e os irmãos.

Por fim, tudo isso deve ter como objetivo também a reflexão séria e objetiva sobre a prevenção de casos semelhantes, buscando principalmente incorporar assuntos mais palpáveis e de âmbito humano-pastoral na formação dos candidatos ao sacerdócio, pois dentre eles também sairão os futuros sucessores dos apóstolos.


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