Fiel a Igreja, obediente ao Papa
Parece que todo ano preciso destacar coisas óbvias para mim, mas nem tanto para outros na Igreja Católica. A fidelidade à Igreja e a obediência ao Papa não podem continuarem a ser instrumentalizadas por bispos, padres e leigos a fim de assentir a pequenas e grandes posturas criticáveis e que apresentam certa dose de distopia ao Evangelho de Nosso Senhor e a própria Tradição da Igreja. Neste site mesmo já havia destacado algo importante nesta relação entre o Papa e o batizado consciente:
Em um programa do Crítica Católica falei sobre um tema que deveria estar claro na mente de todos os católicos, a supremacia do Papado ao Papa. E é principalmente por este motivo que digo conscientemente que, mesmo com todas as críticas que publico sobre Papa Francisco, não o posso odiar nem mesmo atacar. O papa Francisco é filho de sua formação humana e acadêmica, o que ouvimos e lemos dele, suas decisões e posturas são coerentes com o que sempre fez como padre, bispo, arcebispo e cardeal. (05/12/2022)
Papa Francisco, assim como todos os outros papas, possui características próprias que obviamente influenciam em seu ministério, assim como em um pároco está presente suas características próprias, e os leigos as percebem e por isso também caem no odioso costume de comparações entre um e outro padre que passou por determinada paróquia.
Estas críticas e comentários muitas vezes desfavoráveis que faço ao atual Vigário de Cristo nãos são provas de uma desobediência ao Papa e muitos menos de infidelidade à Igreja de Cristo, mas como no artigo de dezembro de 2020 dizia, mesmo amando e mesmo obedecendo, a razão e o exercício das faculdades intelectuais e sensoriais não devem ser anuladas, e consequentemente podem e deveriam nos levar a julgar diante do conjunto de dados que possamos conhecer as falas, as posturas e as decisões que o Papa, por exemplo, exerce.
Sei que para muitos, o discurso petrificado de “quem ama não crítica", ou “quem critica o Papa, critica a Mãe Igreja” não será tão facilmente superado, mas acredito e afirmo sem medo, que em nosso tempo e nos tempos vindouros esta superação parece vital para a sobrevivência do cristianismo autêntico, do catolicismo forjado no sangue dos mártires, doutores e confessores da Santa Mãe Igreja. Já amadureceu o tempo em que os católicos necessitam depurar certas sentenças pietistas e debruçar-se sobre a real necessidade de amor e fidelidade a Igreja e a tudo que a comporta, eliminando enfeites linguísticos que anulam a razão e a intelectualidade dos mesmos.