No início do ano passado, no dia 4 de fevereiro, o Papa Francisco assinou um documento em conjunto com o Grão Imame de Al-Azhar, em Abu-Dabhi, A FRATERNIDADE HUMANA EM PROL DA PAZ MUNDIAL E DA CONVIVÊNCIA COMUM. Naquele momento e até hoje, sempre me pareceu algo despercebido pelo mundo católico, dando a entender ou a falta de conhecimento do documento ou a indiferença em relação a este momento, que sim, teve grande importância por deixar mais claramente a própria postura do Papa Francisco diante da realidade mundial, especialmente envolvendo a missão da Igreja Católica no mundo.
Este documento pode ser conferido na íntegra aqui mesmo no meu site (
clique aqui), e depois de sua leitura, para muitos a inclinação de concordância será bem provável com tudo o que se diz no documento. De fato, no desenvolver do referido texto os termos "paz mundial", "fraternidade humana", "valores morais", "defesa da família", "mulheres", "idosos", "crianças" e "pobres" faz com que a simpatia do leitor cresça com a medida que se lê o documento. Realmente quase tudo o que está lá, já pregado pelas mais antigas religiões, especialmente o catolicismo que até onde se percebe, fundamenta boa parte do próprio desenvolvimento mundial de compreensão dos direitos humanos.
Então este documento é bom e conveniente? Não.
Para quem não acompanha a jornada de diversos movimentos globais por uma unificação política, econômica e religiosa, achará tolo e até absurdo o que escrevo, mas não consigo pensar em outra coisa desde que li este documento no ano de 2019 ainda, antes de me animar a escrever este artigo.
Como dizia antes, cada parágrafo deste documento, repleto de expressões simpáticas e universalmente aceitáveis ao bom senso, vai fazendo com o leitor torne-se defensor da "fraternidade humana" como o documento o quer. Mas o fato é que a cada parágrafo somos educados ainda mais para aceitarmos o movimento intelectual global de unificação religiosa, e como já mencionei em outros artigos neste site, esta tentativa de religião global serve aos interesses econômicos e políticos de um governo global, que eliminaria a identidade das nações e as escravizaria sob a batuta de um poder universal totalmente onipotente, ou seja, controlador de todo o mundo.
A religião católica perde a sua identidade, o modo católico já esta em declínio a muitos anos desde o Concílio Vaticano II, quando a protestantização da liturgia da Igreja começo a preparar o caminho e a cultura dos católicos para o que vemos avançar em nosso tempo. Sob o governo do Papa Francisco, lamentavelmente, enxergamos as características da fé católica, que nascem da profunda teologia dos de séculos da Igreja, serem diluídas em meio a chavões e ditames mundanos, deixando a Igreja Católica a mercê da vontade deste projeto de poder global que evidencia-se cada vez mais diante dos homens.
O documento condena "forçar as pessoas" a aderir à certa religião ou cultura, mas o que se entende por "forçar"? Será que argumentar, e insistir de que ela não esta na verdade, mas que a fé católica se encontra na verdade revelada por Jesus seria "forçar" também?
O documento fala em difusão da cultura da tolerância. Mas a tolerância tem limites? Ou devo tolerar tudo e qualquer tipo de pensamento e argumento?
O Papa Francisco, como líder religioso, como Sumo Pontífice, como Sucessor de Pedro, não deveria assinar tal documento puramente político, e que transforma-se em referência para o mais radical relativismo da fé católica. Os muçulmanos, representados pelo Imame Ahmad Al-Tayyeb, sabem que do Alcorão nada podem mudar, e sua fé e modo de vida continuaram intactos. O mundo islâmico através de alguns líderes faz tempo que está em campanha de "
santificação do Islã", isto para os olhos do mundo. Infelizmente não dá para acreditar que somente desejem parar onde estão, pois é natureza do Islã - de Saladino - avançar sempre mais sobre os infiéis e aos poucos e de vários modos, dominá-los.
A islamização do ocidente ainda não terminou.